quinta-feira, 19 de março de 2015

Cid Gomes pode ter dado inicio a reação do Governo Dilma



Luiz Feitosa
Cientista Político

O ato do ex-governador e agora ex-ministro Cid Gomes, pode ter iniciado a retomada da reação do governo Dilma. O vácuo político da iniciativa que caberia ao PT, ficou a cargo do cearense Cid Gomes. O cálculo frio, seria no xadrez, liberar um peão e promovê-lo a Torre, pedra aparentemente de defesa, para a função de marcar o presidente da Câmara deputado Eduardo Cunha-RJ. Havia à esquerda, a vontade inconfessa de devolver as afirmações de Cunha, sobre corrupção se restrita ao poder executivo, feitas no último final de semana em São Paulo. 

Cid foi direto ao fígado de Cunha, a reação foi dele foi de pedir a cabeça do ministro numa bandeja. Se foi atendido ou Cid devolveu o cargo é o de menos. Ocorre que agora Cid, se for hábil e esperto, pode ser nêmesis do deputado federal fluminense, que está citado na Operação Lava-Jato. O Governo ficaria agradecido, em ver Cunha se explicando as provocações de Cid Gomes. Briga de cachorro grande como se diz na política.

A grande pergunta, que se Cid tenta defender o Rei do tabuleiro, na política o papel melhor seria da Rainha, com total liberdade de avançar e recuar com rapidez, o PT ainda está atônito após as passeatas, está na hora de acordar, para que o esforço do aliado não tenha sido em vão. Senão, Cid já pode ter iniciado a sua caminhada a Presidência da República. 

Na política, até as brigas são combinadas!

quarta-feira, 18 de março de 2015

Polarização das eleições 2014 continuam nas ruas.


O Instituto Datafolha foi às ruas, na Av. Paulista, na sexta, 13, e no domingo, 15 para traçar o perfil das pessoas que participaram das duas manifestações. Analisando os dados encontrados pelo Instituto, verifica-se que os manifestantes de sexta foram às ruas contra a perda de direitos trabalhistas imputado pelo Governo Dilma; por aumento salarial para professores; motivados pela reforma política. E apenas com índice de 18%, os manifestantes foram às ruas lutar em defesa da Petrobrás. Já os manifestantes de domingo, 15, foram as ruas, principalmente, protestar contra a corrupção; pelo impeachment de Dilma; e pela rejeição aos partidos políticos, especialmente o PT. Verifica-se que no dia 13, mesmo tendo o intuito de defesa do Governo Dilma, a pesquisa não detectou essa motivação, mas um momento reivindicatório. Enquanto que a do dia 15 foi totalmente contra Dilma, o PT e demais políticos.

A polarização continua, no dia 13, 71% dos manifestantes votaram em Dilma; enquanto que na de domingo, 82% votaram em Aécio. Comparando o público participante das manifestações, a de domingo, sem dúvida alguma, foi a mais expressiva. Mesmo a CUT, uma das organizadoras do evento de sexta, ter dado 100 mil participantes na Paulista, a de domingo, o menor cálculo (Datafolha) deu 210 mil manifestantes. A preferência partidária também ficou polarizada, tendo na manifestação de sexta um índice de 39% de pessoas que disseram que votam no PT, enquanto que no domingo, a preferência ao PSDB foi de 82%.

A grande maioria das pessoas que participaram tanto na sexta quanto no domingo tem nível de escolaridade superior. Chama a atenção, tanto na sexta quanto no domingo, o alto índice de pessoas que participaram pela primeira vez numa manifestação de rua. Na sexta, 48% participaram pela primeira vez; já no domingo esse índice sobe para 76%.

Na avaliação do Governo Dilma, os manifestantes da sexta, 13, avaliam negativamente o governo da presidente em 26%. A avaliação positiva chega a 37% e o Regular 35%. Verifica-se que mesmo entre os que apoiam o governo Dilma que se manifestaram no dia 13, há uma insatisfação, demonstrada pelos índices de avaliação negativa e pelo regular. A avaliação entre os manifestantes de domingo é totalmente negativa.
Com um índice representativo, 27% dos manifestantes de sexta acreditam que a presidente sabia da corrupção, mas deixou ocorrer. Enquanto que na manifestação de domingo, 90% acreditam que a presidente sabia da corrupção. Na manifestação de sexta, 36% dizem que ela sabia mas não podia fazer nada. Já na manifestação de domingo, 9% dizem que ela sabia e não podia fazer nada. Na de sexta, 32% dizem que ela não sabia de nada, enquanto que na manifestação de domingo, apenas 1% disse que ela não sabia.

O Congresso Nacional foi avaliado. Tanto na manifestação de sexta quanto na de domingo, o Congresso tem uma avaliação altamente negativa.

Como se pode perceber, a partir dos dados da pesquisa, que a polarização entre os dois principais grupos políticos continua na rua, demonstrando o retrato da eleição de outubro de 2014 em que Dilma venceu Aécio com uma diferença mínima.


PERFIL DOS MANIFESTANTES – 13 E 15 DE MARÇO PESQUISA DATAFOLHA
MANIFESTAÇÃO – 13 DE MARÇO
MANIFESTAÇÃO – 15 DE MARÇO
Principal Motivação:
. Foram às ruas contra a perda de direitos trabalhistas (25%)
. Por aumento salarial para os professores (22%)
.  Motivados pela reforma política (20%)
. Em defesa da Petrobras (18%)
Principal Motivação:
. Impeachment de Dilma (27%)
. Protestar contra a corrupção (47%)
. Rejeição ao PT (20%)
. Rejeição aos políticos (14%)
Em que votou:
. 71% votaram em Dilma
Em quem votou:
. 82% votaram em Aécio
Público atingido:
. 41 mil (Datafolha)
. 12 mil (Polícia Militar)
. 100 mil (CUT)
Público atingido:
. 210 mil (Datafolha)
. 1 milhão (Polícia Militar)
Preferência Partidária:
. Preferem o PT (39%)
Preferência Partidária:
. Preferem o PSDB (37%)
Nível de Escolaridade:
. Nível Superior (68%)
Nível de Escolaridade:
. Nível superior (76%)
Estréia em manifestação:
. Primeira vez (48%)
Estréia em manifestação:
. Primeira vez (74%)
Avaliação Governo Dilma:
. Ruim/péssimo (26%)
. Regular (35%)
.Ótimo/bom (37%)
Avaliação Governo Dilma:
. Ruim/péssimo (96%)
. Regular (3%)
. Ótimo/bom (1%)
Informação sobre a corrupção:
. A presidente sabia da corrupção, mas deixou ocorrer (27%)
. Ela sabia, mas não podia fazer nada (36%)
. Ela não sabia (32%)
Informação sobre a corrupção:
. A presidente sabia da corrupção, mas deixou ocorrer (90%)
. Ela sabia, mas nada podia fazer (9%)
. Ela não sabia (1%)
Avaliação do Congresso Nacional:
. Ruim/péssimo (61%)
. Regular (29%)
. Ótimo/bom (8%)
Avaliação do Congresso Nacional:
. Ruim/péssimo (77%)
. Regular (19%)
. Ótimo/bom (3%)
 Fonte: Datafolha/produção própria 

terça-feira, 17 de março de 2015

9 de mar de 2015
Caso que pode implicar PSDB em corrupção aguarda investigação há dez anos
As confirmações de que 'Lista de Furnas' existiu ainda são insuficientes para começar as investigações?
'MPF deixou caso Banestado engavetado por quatro anos. Não pode persistir no erro com a 'Lista de Furnas', que deveria ter sido investigada já em 2005

Helena Sthephanowitz, 
RBA 
Em setembro de 1998, o Ministério Público Federal do Paraná recebeu denúncia sobre desvios de US$ 228 mil na agência de Nova York do Banestado. O caso ficou a cargo do procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, atual integrante da força-tarefa da operação Lava Jato.

Em dezembro de 1998, Santos Lima chegou a tomar depoimento do ex-gerente decâmbio de uma das agências do Banestado em Curitiba, Eraldo Ferreira, e pediu informações a alguns órgãos. Porém, só em 21 de março de 2003 deu andamento às investigações, pedindo novas diligências à Polícia Federal.

Neste período de 1998 a 2003 centena de bilhões foram evadidos por meio do esquema Banestado. Muitos deles ficaram impunes e até livres de impostos e multas pela prescrição dos crimes e a, assim chamada nos meios jurídicos, a decadência tributária. Até Hollywood (no filme A Senha (Swordfish), de 2001) colocavam Curitiba no mapa dos centros financeiros de negociatas. E o própriobanco, que era estadual, foi privatizado em 2000, o que seria improvável de ocorrer se a instituição estivesse sob investigação como deveria.

Tirando a fama de engavetador do procurador-geral da República da época, Geraldo Brindeiro, não sabemos por quais critérios esta denúncia inicial do Banestado ficou engavetada por quatro anos. Mas com certeza a história seria outra as investigações tivessem sido aprofundadas.

Voltando aos dias de hoje: em acordo de delação premiada, o doleiro Alberto Youssef declarou que por cerca de dez vez mandou seus emissários retirardinheiro de propina na empresa Bauruense, fornecedora da estatal Furnas Centrais Elétricas. Isso durante o governo FHC. Se confirmado, podem haver crimes que ainda não prescreveram e, por isso, precisam ser investigados – desde que não a denúncia não seja “esquecida” em alguma gaveta.

Youssef declarou também que em uma das coletas faltaram R$ 4 milhões do combinado, e foi informado de que "o PSDB" já havia apanhado o dinheiro.

Perguntado pelos procuradores, o doleiro disse desconhecer qual tucano havia recolhido o dinheiro antes dele, mas afirmou que o então deputado federal Aécio Neves teria influência sobre a diretoria de Furnas e que o mineiro estaria recebendo o recurso "através de sua irmã". Ressalvou "não saber como teria sido implementado o 'comissionamento' de Aécio Neves".

Que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, considere apenas a delação de Youssef na base do "ouvir falar" insuficiente para abrir um inquérito específico sobre o senador Aécio Neves (PSDB-MG) é uma atitude razoável, e deve valer para todos. É prematuro e temerário investigar pessoas com base apenas em suposições de um delator.

Mas se é prematuro investigar a pessoa de Aécio Neves por este motivo específico, já é tardia – e antes tarde do que nunca – a investigação sobre propinas em Furnas. Investigando fatos criminosos com profundidade, regra geral, chega-se à autoria dos crimes.

Desde 2005 chegou ao conhecimento público uma lista de suposto caixa dois de campanha para tucanos e seus aliados nas eleições de 2002 que ficou conhecida como "Lista de Furnas". Óbvio que a lista por si, independentemente das contestações sobre sua autenticidade, seria insuficiente para levar a condenações, pois trata-se de uma planilha informal e não de um documento contábil oficial. Mas seu conteúdo precisa ser investigado, pois são mais consistentes do que anotações contidas em agenda nos casos de mandados de busca e apreensão da operação Lava Jato.

A pouca investigação (porque recaiu apenas a quem não tem foro privilegiado) feita pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro descobriu que um executivo da empresa japonesa Toshiba confirmou superfaturar contratos em Furnas para pagar propinas por meio de empresas de consultoria. O ex-deputado Roberto Jefferson confirmou ter recebido do ex-diretor da estatal Dimas Toledo os R$ 75 mil atribuídos a seu nome na lista. Toledo negou.

Em 2012, a procuradora Andrea Bayão, do MPF-RJ, apresentou denúncia à Justiça Federal inclusive contra o dono da Bauruense pelos contratos da empresa com Furnas. O juiz Roberto Dantes Schuman de Paula considerou que o assunto era da competência da Justiça Estadual, para onde o processo foi encaminhado e hoje corre em sigilo de Justiça, apesar do interesse público recomendar publicidade.

Agora, o doleiro Alberto Youssef é mais um que descreve sua própria participação em atos de corrupção que confirmam a "Lista de Furnas" Ainda que não haja confirmação dos nomes da lista, há confirmação da existência do esquema.

Desde 2005 este assunto poderia ter sido melhor investigado. Espera-se que não demore mais quatro anos, como ocorreu no Banestado em 1998."


terça-feira, 3 de março de 2015

Relator da reforma política defende sistema misto para eleição de deputados

Deputado Marcelo Castro sugere que metade das vagas de deputados seja definida pelo sistema majoritário distrital e metade pelo sistema proporcional, com listas fechadas, mas proposta divide a comissão especial, com vários parlamentares favoráveis à criação de um sistema próprio do Brasil.
O relator da comissão especial de reforma política, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), voltou a defender um sistema eleitoral misto para a eleição de deputados, na primeira audiência pública promovida pela comissão, nesta terça-feira (3), em que foram discutidos os sistemas eleitorais de outros países.
Pela proposta do relator, metade dos deputados seria eleita pelo sistema majoritário distrital (em que cada estado é dividido em distritos, e os candidatos com o maior número de votos em cada distrito são eleitos), e metade pelo sistema proporcional, com lista fechada de candidatos (em que o eleitor vota no partido, e não no candidato). “Aproveitaríamos as vantagens de um sistema e de outro”, afirmou Castro (Câmara Notícias).
CÂMARA DESISTE DE PASSAGEM PARA CÔNJUGE DE DEPUTADO
A Mesa Diretora da Câmara decidiu revogar integralmente a decisão de liberar a utilização de passagens aéreas por cônjuges de deputados. A desistência da ideia, assumida como promessa de campanha de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência, foi aprovada pela Mesa em reunião realizada nesta terça-feira (3). O colegiado desistiu de estender o benefício a esposas e maridos de parlamentares após a repercussão negativa da medida, bombardeada nas redes sociais, alvo de ação do Ministério Público Federal e de um abaixo-assinado com cerca de 300 mil assinaturas encabeçada pela Avaaz e contestada por seis partidos políticos, inclusive no Supremo Tribunal Federal (STF).
Eduardo Cunha não chegou a classificar a concessão de passagens aéreas a cônjuges de parlamentares como um “erro”, mas admitiu que a repercussão da medida não foi positiva. “Não acho que foi precipitado, nem que tenha que tomar mais cuidado. É muito bom quando a gente faz uma atitude e pode ter a tranquilidade de vir e rever. Todos nós podemos ter uma convicção e depois constatar que essa convicção não teve a receptividade da opinião pública que nos permita mantê-la”, pontuou.(in Congresso em Foco).


"Política in Focus" compõe a conexão com o Programa de Rádio "Política in Focus" a ser inaugurado, em breve, na Rádio Supermarajoara AM, aos sábados a partir das 15hs. Sob o comando dos cientistas políticos Dornélio Silva, Raul Meireles e Luiz Feitosa, o programa terá um formato de entrevistas, comentários e análises das notícias políticas da semana no âmbito nacional, estadual e municipal.
Aqui e no Programa de Rádio você fica sabendo o que ocorre no mundo da política. Em Brasília, você acompanha o que os nossos deputados federais e senadores estão fazendo pelo Brasil e pelo Pará. O que acontece na presidência da república e nos Ministérios. No Pará, você acompanha os trabalhos dos deputados estaduais na Assembleia Legislativa, os vereadores nas câmaras municipais. E fica sabendo do que os nossos políticos fazem de interesse da população.
E mais: Avaliação e debate sobre as políticas públicas que atendem os cidadãos paraenses como Saúde, Educação, Segurança... com Enquetes ao vivo.
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